Medicação para o colesterol antes da ruptura do aneurisma pode melhorar prognóstico do paciente

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A ruptura de um aneurisma da aorta abdominal é uma das emergências médicas mais graves que uma pessoa pode enfrentar. Geralmente, a ruptura acontece sem aviso prévio, matando aproximadamente 50% daqueles que a experimentam antes de chegarem ao hospital. Daqueles que chegam a um centro de saúde vivos, apenas cerca de 50% sobrevivem.

Quando diagnosticados através do rastreio, os aneurismas aórticos são cuidadosamente monitorados quanto a sinais de aumento, e a intervenção cirúrgica é frequentemente necessária para prevenir a ruptura do vaso. Agora, pesquisadores da Universidade de Missouri descobriram que os pacientes que tomaram medicamentos para reduzir o colesterol, antes da cirurgia endovascular, experimentaram menos complicações e melhores resultados.

“Embora esta condição geralmente ocorra em homens com mais de 50 anos com antecedentes familiares da doença, qualquer um pode ter um aneurisma aórtico abdominal”, disse Todd Vogel, professor associado e chefe da Divisão de Cirurgia Vascular da MU School of Medicine, principal autor do estudo.

“A maioria dos pacientes com esta doença são mais velhos e tendem a ter outras condições de saúde, como colesterol alto. Em um esforço para prevenir doenças cardiovasculares, eles tomam medicamentos como a estatina. Esses medicamentos para reduzir o colesterol protegem os vasos sanguíneos da formação de placas de gordura, e, em alguns casos, podem até retardar a progressão dos aneurismas aórticos. Os autores do estudo buscavam entender o impacto que o uso da estatina tem nos resultados cirúrgicos da reparação desse tipo de aneurisma”, explica o cirurgião vascular Ulisses Ubaldo.

A equipe de pesquisa de Vogel analisou cerca de 20.000 casos em que os pacientes fizeram uma cirurgia aberta ou um reparo endovascular – um procedimento minimamente invasivo que usa um cateter para acessar o aneurisma. A equipe identificou os pacientes que tomaram medicação para reduzir o colesterol antes da cirurgia.

“A pesquisa mostrou que os pacientes que tomaram estatinas antes das intervenções abertas ou minimamente invasivas apresentaram melhores resultados em comparação com aqueles que não tomaram a medicação estatina. Os pacientes que tomaram estatinas e fizeram cirurgias endovasculares tiveram uma queda de 26% na mortalidade até um ano após a cirurgia. Os pacientes que tomaram estatinas e se submeteram aos procedimentos tradicionais abertos também melhoraram, mas a diferença não foi tão significativa quanto às cirurgias endovasculares. A linha inferior é que os pacientes que usaram estatinas eram mais propensos a sobreviver durante e após um procedimento endovascular eletivo”, explica o cirurgião vascular.

Além disso, o estudo mostrou que o uso de estatinas também reduziu as complicações pós-cirúrgicas para pacientes com outros problemas de saúde, como a doença arterial periférica, uma condição que causa bloqueios arteriais nos vasos sanguíneos dos membros.

Para Ulisses Ubaldo, “esta informação pode ser benéfica para os pacientes que estão prestes a fazer uma cirurgia eletiva endovascular do aneurisma da aorta abdominal. No entanto, pesquisas adicionais são necessárias para avaliar os benefícios do uso de estatinas antes da realização de cirurgias de outros tipos de aneurismas”, defende o médico.