Resultados do tratamento da TVP em puérperas

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Mulheres no pós-parto submetidas a trombólise direcionada a cateter e stent para o tratamento da trombose venosa profunda iliofemoral aguda (TVP) podem ter maior probabilidade de sofrer oclusão de stent e necessitar de reintervenção, de acordo com uma revisão publicada na edição de março do Journal of Vascular Surgery: Venous and Lymphatic Disorders (JVSVL).

A trombose venosa profundaé um visitante indesejável para uma nova mãe. A gravidez aumenta o risco do tromboembolismo. Até 70% das pacientes no periparto relatam sintomas da síndrome pós-trombótica e pior qualidade de vida após esse evento.

“Apesar dos benefícios da trombólise precoce e do stent direcionado por cateter para o tratamento da TVP iliofemoral em mulheres não grávidas, a anticoagulação subcutânea e oral continua a ser a forma de tratamento mais usada na gravidez e no puerpério, devido aos riscos aumentados percebidos para mãe e feto”, explica o cirurgião vascular Ulisses Ubaldo.

Devido à falta de inclusão de pacientes grávidas em grandes estudos randomizados, incluindo o mais recente estudo ATTRACT (Trombose Venosa Aguda: Remoção de Trombo com Trombólise Dirigida por Cateter Adjuntivo), os dados são escassos para essa população de pacientes. “O estudo atual busca preencher essa lacuna, caracterizando o tratamento dessas pacientes, examinando os resultados de puérperas com TVP iliofemoral que foram submetidas a trombólise percutânea e stent”, explica o médico.

Este estudo retrospectivo abrangeu todos as pacientes no pós-parto que foram tratadas para TVP iliofemoral aguda com trombólise e stent, entre 2012 e 2017. As características das 11 puérperas estudadas incluíram uma idade média de 28 anos (variação de 22-41) e intervenção realizada em média de três semanas (intervalo de duas a 12 semanas) após o nascimento.

As pacientes não apresentaram complicações maiores ou menores durante o tratamento, apenas sintomas leves da síndrome pós-trombótica (SPT) foram registradas em duas pacientes e nenhum sintoma moderado ou grave de SPT. No entanto, em comparação com um grupo controle de 68 mulheres no pós-parto, submetidas a tratamento semelhante, a população do estudo experimentou pior permeabilidade acumulada do stent (64% versus 93% em um ano) e maior taxa de reintervenção (seis de 11 versus 20 de 68 em um ano).

“A TVP iliofemoral aguda e a gravidade do tromboembolismo venoso continuam sendo um problema significativo na população grávida e no pós-parto. A intervenção percutânea fornece uma alternativa favorável às terapias conservadoras, devido ao seu potencial para diminuir a gravidade do tromboembolismo venoso em uma população jovem e em risco”, diz o médico.