A trombose venosa profunda (TVP) é uma condição grave que ocorre quando um coágulo de sangue se forma em uma veia, muitas vezes, nas veias profundas das pernas, das coxas ou da pelve. Esses coágulos podem se soltar, viajar para os pulmões e bloquear o fluxo sanguíneo, causando uma embolia pulmonar.
“A síndrome pós-trombótica é marcada por dor, inchaço, vermelhidão e feridas crônicas nas pernas afetadas. Os pacientes também podem desenvolver TVP em veias que transportam sangue desoxigenado para o coração do abdômen, da cabeça, braços e parte superior do corpo. Por serem menos comuns devemos sempre pesquisar uma possível causa”, explica o cirurgião vascular Ulisses Mathias.
Uma maneira de tratar a TVP é um procedimento chamado trombólise dirigida por cateter (CDT), que permite ao cirurgião vascular colocar um agente de dissolução diretamente no coágulo. A CDT tornou-se popular nos Estados Unidos, uma vez que as pesquisas mostraram que o procedimento reduz a incidência da síndrome pós-trombótica.
Dada esse aumento na realização do procedimento, uma equipe de pesquisadores americanos procurou identificar as diferenças baseadas no sexo da utilização e dos resultados da CDT no tratamento da TVP. Na pesquisa publicada on-line pela revista Vascular Medicine, a equipe encontrou diferenças baseadas no sexo tanto na utilização como nos resultados de segurança.
“Os dados forneceram algumas descobertas interessantes. Além das diferenças de utilização, os pesquisadores encontraram variações na incidência de uma série de complicações, incluindo hemorragias que requerem transfusão de sangue, hemorragia intracraniana, hemorragia gastrointestinal e lesão renal aguda, bem como a incidência de angioplastia, stent e a colocação adjuvante do filtro IVC”, destaca Ulisses Ubaldo.
A equipe de pesquisadores usou um Banco De Âmbito Nacional de Amostra de Pacientes para identificar 108.243 pacientes com idade igual ou superior a 18 anos com diagnóstico preliminar da descarga da mais baixa extremidade proximal ou de DVT caval, entre janeiro de 2005 e dezembro de 2011. Desses pacientes, 4.826 (4,5%) foram tratados por meio da CDT.
Dentre as descobertas da equipe, destacam-se:
- Os pacientes do sexo feminino são menos propensos a serem tratados com CDT para TVP;
- Pacientes do sexo feminino experimentaram mais complicações hemorrágicas que requerem transfusão de sangue;
- A hemorragia intracraniana, o sangramento gastrointestinal e a lesão renal aguda foram mais comuns em pacientes do sexo masculino;
- As taxas de mortalidade foram semelhantes tanto para homens quanto para mulheres tratados com CDT;
- As mulheres tratadas com CDT eram mais propensas a sofrer angioplastia, stent e a colocação adjuvante do filtro IVC.
Pesquisas futuras devem se concentrar em descobrir por que essas diferenças baseadas no sexo existem. As respostas a essas perguntas podem ajudar a moldar futuras diretrizes de tratamento para pacientes que são candidatos adequados para CDT.
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