Pacientes de alto risco podem se beneficiar do reparo do aneurisma aórtico

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A cirurgia minimamente invasiva pode prevenir uma ruptura fatal de um aneurisma aórtico. E agora um novo estudo descobriu que o procedimento pode prolongar vidas, mesmo em pacientes com alto risco cirúrgico, devido a idade avançada, diabetes, tabagismo e doença renal.

No entanto, nem todos os pacientes de alto risco – especialmente aqueles que fazem tratamento contra o câncer – se beneficiam do procedimento, o estudo descobriu. A decisão de executar o procedimento deve ser individualizada, dependendo do número e da gravidade dos fatores de risco.

O estudo foi publicado no Journal of Vascular Surgery.

“Um aneurisma da aorta abdominal (AAA) é uma dilatação na aorta, o vaso sanguíneo principal que se estende até o abdômen. Um grande aneurisma ameaça a vida. A qualquer momento, de repente, ele pode romper, causando sangramento interno maciço e potencialmente fatal”, explica o cirurgião vascular, Ulisses Ubaldo Mathias.

Segundo o médico, o procedimento minimamente invasivo é chamado de reparo endovascular de aneurisma (EVAR). “O cirurgião usa um fio e um cateter para implantar um enxerto de stent.  Uma vez implantado, o stent se expande para fora das paredes da artéria. O sangue, subsequentemente, flui com segurança através do stent, em vez de através do abaulamento do aneurisma. O procedimento EVAR é muito menos invasivo do que a cirurgia aberta tradicional para reparar um aneurisma”, diz Ulisses Ubaldo.

O estudo incluiu 247 pacientes que tinham AAAs localizados abaixo de seus rins e foram submetidos ao procedimento EVAR no Loyola University Medical Center. 172 pacientes foram classificados como de risco cirúrgico normal e 75 pacientes foram classificados como sendo de alto risco cirúrgico. Nenhum dos pacientes de alto risco e 1,2% dos pacientes de risco normal morreram dentro de quatro semanas após a cirurgia. 85% por cento dos pacientes de alto risco estavam vivos umdoença renal avançada ano depois da cirurgia e 65% estavam vivos depois de quatro anos. Embora este resultado seja pior do que a sobrevivência de 93% depois de quatro anos de pacientes de risco normal, ela se compara positivamente com a sobrevivência de 36% de quatro anos relatada em um experimento anterior chamado EVAR-2. O EVAR-2 foi um estudo prospectivo e randomizado que comparou o EVAR com o tratamento médico em pacientes de alto risco.

“O estudo atual descobriu, pela primeira vez, que, seguindo o procedimento EVAR, o maior preditor de risco de mortalidade foi o tratamento para o câncer. Seguido, em ordem, por dependência de oxigênio domiciliar, idade avançada, doença renal avançada (estágio 4 ou 5) e insuficiência cardíaca congestiva”, diz Ulisses Ubaldo.

O estudo sugere que o EVAR não deve ser realizado em  pacientes com quatro ou mais fatores de risco. Em pacientes com dois ou três fatores de risco, devem ser tomadas decisões individuais, equilibrando os riscos de EVAR contra os riscos da terapia não-operatória. Para pacientes com um fator de risco ou sem fatores de risco, o EVAR pode ser oferecido com excelentes resultados antecipados.

“Os resultados deste estudo poderiam ser usados ​​como um guia para auxiliar clínicos em sua seleção de pacientes para garantir os benefícios e a durabilidade do EVAR”, concluíram os pesquisadores.